quinta-feira, 15 de março de 2012

América Pindorama


"A pele do tigre com suas nítidas riscas negras
ressaltando sobre o fundo amarelo
forma um padrão que se reconhece à distância(...)"

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Alto do morro do Corcovado, atrás de um totem,
de uma escultura que representa a religião oficial do estado...
movo-me com meus amigos também poetas pelas listras do arco-íris
que une as quatro pontas do mar que presenciou os muitos combates
que fizeram dessa cidade um redemoinho de histórias sangrentas,
de saborosos amores forjados pelos muitos carnavais,
flechas incendiárias, rajadas de balas e outras rajadas

Montado num totem,
num corpo delicioso de uma mulher aparentemente grega,
montado na voz do morro, na voz que ouço agora
nessa semana carioca de poesia,
nessa noite de muitos ventiladores ligados
porque março sempre é um mês de muito calor
aqui nesse lugar protegido pelos golfinhos
da sempre Guanabara

Volto ao meu copo de chá de espinheira santa,
volto a onda salgada que esteve em mim
durante o raiar do quadrante do céu poderoso
sobre os confins de meu eu que assume quando quero
a forma de uma onça símbolo da magia para os povos indígenas
daqui dessa América Pindorama

Vivendo numa gaivota,
vivendo nas pedras trazidas pelos relâmpagos,
vivendo no útero da brisa da mulher de olhos lilazes,
vivendo onde o pensamento faz a curva
e as baleias parem o novo e o velho mundo

A Terra do sempre,
avisto do mastro do galeão ancorado na ponta submersa
no maciço onde se formam todos os continentes
e crescem as plantas aquáticas
que servem de seios para os peixes
se amamentarem durante o fim e o começo do mundo

( edu planchêz)


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