sábado, 17 de março de 2012
nas células vermelhas de nossas veias
manhã, sábado, fome,
zé ramalho, "a peleja do diabo com o dono céu"...
transmutações imediatas,
cartas de belezas
deixadas nas camadas quentes da nossa humanidade
eu torcendo por você, você torcendo por mim,
nossas vistas marejadas de tanto ver, de tanto saber,
de captar da brisa marinha minha vizinha
a cantoria do peixes e das algas
hoje num sonho noturno, estive com meu irmão Glad Azevedo
numa terra que não conhecia, lembro das moças bonitas,
do barro e dos seres das águas, acho que camarões pitus...
não me recordo do sonho completo,
só lembro de haver nas imagens oníricas muitas pessoas amigas,
vento, calor, e coisas que estão além da minha atual compreensão
continuarei sonhando, realizando, cavando cada vez mais,
nasci para tal oficio,
para superar as dores e as altas ondas cordilheiras
não estou nesse mundo só para observar,
intervenho sempre,
deixo minhas marcas nas paredes das cavernas,
nas páginas das pessoas,
nos lençóis de ar, no céu e no coração prateado da terra
caminho pela história, pelo milênio,
pelo século, pelo além do tempo, nas três dimensões,
nas muitas dimensões do intocável
posso tocar o face de cada ser com minhas mãos,
com minhas mãos palavras,
com o poder da consciência do aqui estar,
na voz das vozes, na tua voz, nos olhos teus,
nas células vermelhas de nossas veias
(edu planchêz)
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