segunda-feira, 19 de março de 2012

demônio da transformação cravado em meu peito














um mundo onde as pessoas já não se olham nos olhos,

vão para seus empregos apenas para ganhar dinheiro,
os professores finge que ensinam
e os alunos fingem que aprendem, bebem por beber,
vivem por viver, morrem por morrer,
qual o sentido dessa civilização continuar existindo?

não seria melhor explodir ou implodir tudo e todos?

parece não haver mais lugar para mim,
eu sou da "antiga", ainda olho para o céu, amo,
tenho ideologias, sonhos, cultuo os ancestrais,
respeito a terra, o chão...

os de hoje dançam por dançar,
andam de esqueite por andar,
trepam por trepar, andam por andar

houve uma lobotomia coletiva?
jovens velhos, velhos jovens, adultos putrefatos,
quase todos putrefatos em plena era da comunicação

eu não quero a modernidade, eu não te quero,
eu não quero a nojenta música bate-estaca,
quero o pensamento, a reflexão,
o ser integral, as páginas do livro revolucionário,
o cinema inventivo, a arte nada sacra,
o demônio da transformação cravado em meu peito

( edu planchêz )

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